quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Feira das Vaidades

Em seus cantos dissimulados
Prosseguem os homens
Desesperados querendo se darem bem
Diga-se de passagem as mulheres
Que no mesmo alvoroço
Vendem até o que não tem

No horizonte escasso da vida
Buscam em vão comprar a alegria
E vão pagando altos preços
Por quase nada
E acabam presos por toda a vida

Esquivam-se os homens e imploram
Contestam caladas as mulheres e choram
E seus rebentos sofrem
Sem terem o que comer

Em cada canto a beleza da fome
Em cada fome a necessidade de não crer
E na desesperaça pungente de todos os homens
Nasce o teor da desolação
Já os vícios de grandes portes
Chamam mais a atenção

Nessas horas há um grito de horror
Um mito em forma de flor
Dessas flores que ninguém mais sente o cheiro
E desconhecem sua cor
Hoje só o que fala é o dinheiro
E Cada qual que enfrente sozinho toda sua dor...